A União das Freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta.
Vale da Pinta localiza-se a cerca de 4 km da cidade do Cartaxo.
Abrangendo os lugares de Alto do Sol Posto, Sousas, Precateira, Engôu, Desembargador, Casais das Lameiras, Vale de Gatos e Courelas, Vale da Pinta insere-se numa região onde o cultivo da vinha contribui para os afamados vinhos do Cartaxo.
Segundo a sua história e lenda, Vale da Pinta está ligada a diversos factos de importância relevante, entre eles as conquistas e incursões cristãs contra os mouros, levadas a cabo pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Em 1225, o nome de Vale da Pinta surgiu numa mercê do rei D. Sancho II, quando este concedeu a Pero Pacheco a mercê dos terrenos do Reguengo do Cartaxo, nas confrontações da concessão foi feito referência às “herdades de Valle da Pinta”.
Em 1312, quando o rei D. Dinis concedeu foral ao Cartaxo, concedeu aforamento a vinte homens, entre eles Fernão Pais, de Vale da Pinta.
Vale da Pinta dedica o nome de algumas das suas ruas a personalidades que marcaram a sua história, como Luís Teixeira Sampaio, descendente do Visconde do Cartaxo, e um dos mais importantes embaixadores portugueses na época que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
Proprietário da Quinta do Sampayo, vulgo Casal do Nobre, foi autor de diversas investigações sobre esta povoação, e o seu concelho, onde residiu. Foi nesta quinta que recebeu várias individualidades, entre elas António de Oliveira Salazar, quando este visitou o Cartaxo, a 19 de Maio de 1945; ou Amílcar Ramada Curto, que para além de político e cronista, foi um homem do teatro, sendo proprietário da Quinta do Refúgio, onde chegou a residir até 18 de Outubro de 1961, data da sua morte.
A sua peça de teatro "As meninas da Fonte da Bica" tem sido reconhecida e identificada como um retrato de Vale da Pinta, tal como ele a conheceu.
A povoação do Cartaxo é antiga, pois remonta certamente a um período anterior à fundação da nacionalidade, o seu território foi sempre um ponto de passagem para o interior, quer por via fluvial, quer por via terrestre. Crê-se que houve aqui ocupação antes mesmo da época romana, no entanto, por agora apenas se conhecem vestígios da ocupação medieval.
Segundo reza a tradição, nome de "Cartaxo" foi atribuído pela Rainha Santa Isabel que vinda do Mosteiro de Almoster teria ao passar pelo local, ouvido um canto de pássaro, cujo chlirear encantou. Ao ser informada do nome do pássaro, ela decidiu que esse local passaria a se chamar também de "CARTAXO".
Em 1225 D. Sancho II fez mercê dos seus terrenos do reguengo do Cartaxo a Pero Pacheco. O Cartaxo teve foral antigo dado a 21 de Março de 1312 por D. Dinis e confirmado em 1487 por D. João II em Santarém e novamente confirmado por D. Manuel em Santarém no ano de 1496.
O Cartaxo é elevado a vila em 1656. Em 1810, no dia 18 de Novembro, num bosque próximo da vila, deu-se um combate entre as tropas anglo-lusas e os exércitos do general Massena, durante a 3.ª invasão francesa.
No Cartaxo nasceram os ilustres cidadãos Marcelino Mesquita e José Tagarro. Marcelino Mesquita nasceu em 1856, formou-se em medicina em 1883, exercendo a profissão na sua terra natal. Poderia ter sido ator consagrado, brilhante artista do palco, mas a sua vontade levou-o para o outro lado da arte de Talma, a dramaturgia. Assim se tornou no final do século XIX, num dos maiores dramaturgos nacionais.
As suas peças “Dor Suprema”, “Peraltas e Sérvios”, “Leonor Teles”, “Regente”, “Pérola”, “Pedro - O Cruel”, “O envelhecer”, além de muitas obras em prosa e verso, são ainda hoje representadas e muito apreciadas pelo público teatral. Como homenagem de gratidão o Cartaxo ergueu-lhe uma estátua em frente ao antigo edifício dos Paços do Concelho.
José Tagarro viu pela primeira vez a luz do dia também no Cartaxo a 30 de Março de 1902. Desde cedo demonstrou vocação para as artes, pelo que a família o levou para Lisboa para frequentar as Escolas-Oficinas, onde aprendeu os rudimentos da arte do desenho, o que lhe deu acesso à Escola Nacional de Belas-Artes, fazendo o curso com brilho, tendo como mestres Carlos Reis e Columbano.
Tagarro começa então a colaborar em revistas com desenhos à pena e também em jornais, ilustrou diversos livros e retratou poetas, afirmando-se sobretudo como desenhador. Subitamente a 12 de Julho de 1931 a morte surpreendeu-o em Lisboa, cortando uma vida que mal começara ainda a dar os seus frutos e já tantas promessas encerrava. Para o lembrar o Cartaxo mantém uma sala de exposições que leva o seu nome: “Sala Pintor José Tagarro”.
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